“Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.” João 14, 6
Depois de analisarmos as duas primeiras afirmações de Jesus, de que ele é o caminho e a verdade, hoje vamos focar na sua terceira expressão: eu sou a vida.
A maneira de Jesus falar sobre a vida no Evangelho de João é bastante significativa, pois ele a expressa de forma diferente em contextos bem específicos. Assim, para a mulher samaritana, a vida abundante, que é o que Jesus traz, é a água que mata a sede de uma vez por todas; para o religioso Nicodemos é o nascer de novo que traz novidade de vida; para a mulher pega em adultério, é o perdão que preserva a sua vida.
Perceba que a linguagem usada com cada um desses interlocutores é diferente. É a linguagem deles e não a de Jesus. Isso fica evidente não só pelo contexto em que cada conversa acontece, mas também pela dificuldade de Nicodemos entender o que Jesus estava falando. É como se Jesus estivesse dizendo: falo na sua linguagem e você não entende? Você é mestre em Israel e não entende o que falo? (Jo.3,10)
A vida abundante que Jesus traz não pode ser encontrada em outro lugar ou em outra pessoa. Nem mesmo na religião de Israel, que prometia trazer a bênção de Deus sobre os obedientes.
Os evangelhos estão repletos de exemplos da vida proporcionada por Jesus. Famintos sendo alimentados, cegos recuperando a visão, aleijados sendo curados, doentes de todos os tipos tendo a dignidade recuperada. Com a presença de Jesus, não só o reino de Deus está presente, mas a vida que esse reino traz se manifesta transformando a realidade de muitas pessoas.
Quando Jesus afirma que é a vida, e mais, quando começa a proporcionar uma vida abundante às pessoas que o encontram, a reação dos que se julgavam detentores das bênçãos de Deus, os líderes religiosos, é de violência. Começam a conspirar para eliminar a concorrência de Jesus. E essa atitude revela a real posição deles: são promotores de morte. Não de vida!
Assim, se as ações de Jesus revelam que ele é aquele que traz vida em abundância, as ações de seus concorrentes religiosos revelam que eles só promovem morte.
Em boa medida se pode perceber que seguir a Jesus deve nos colocar sempre a favor da vida. Promover a morte é incompatível na caminhada com aquele que é a vida, Jesus Cristo.
Para pensar: O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. (Jo.10,10)