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Meditação – Gálatas 5, 13 (NVI)

“Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne.” Gálatas 5, 13 (NVI)

 

A carta de Paulo aos gálatas é diferente de todas as outras atribuídas a ele. Nessa carta, não há elogios àqueles irmãos; não há orações de ação de graças por suas vidas ou pela igreja. Desde o início, Paulo fala em tom mais brusco, dizendo: “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo.” (Gl.1,6-7). 

O cerne da carta é a discussão sobre algumas práticas que parte dos membros da igreja estava impondo sobre os demais, principalmente alguns rituais próprios do judaísmo. 

No texto de nossa meditação de hoje, Paulo destaca um elemento fundamental da vida cristã: a liberdade. Os que creem são livres para servir a Deus. São livres também de ter de cumprir qualquer rito, antigo ou novo, como forma de adquirir conhecimento de Deus. Nenhuma prática ritual é capaz de aumentar o amor de Deus por aqueles por quem Cristo morreu. Nenhuma abstinência disso ou daquilo pode fazer daquele que a pratica alguém mais espiritual ou maior conhecedor dos mistérios de Deus.

A liberdade de que Paulo fala é uma bênção maravilhosa. Uma graça libertadora. Mas ela traz um perigo: confundir essa liberdade com o retorno à prática das coisas próprias da natureza humana, aquelas que nos afastam de Deus. São os chamados desejos da carne.

Por isso Paulo adverte que não devemos usar a liberdade como desculpa para permitir que a nossa natureza pecaminosa nos domine. Quando isso acontece, deixamos de ser livres.

A solução para essa situação é dada pelo próprio Paulo no versículo 16: “Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”, ou seja, na medida em que somos dirigidos pelo Espírito Santo, nossa liberdade é preservada e não somos dominados pela antiga natureza de quem vivia sem Deus.

Portanto, a nossa liberdade é uma construção conjunta: de um lado está o Espírito, que dirige todos os que conheceram a verdade e se tornaram livres, e de outro lado estamos nós, que devemos nos permitir ser dirigidos pelo Espírito. Quando isso acontece, podemos repetir a expressão do versículo 1º deste capítulo 5º de Gálatas: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão”.

Para pensar: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” Gálatas 5, 25.