“Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.” João 14, 6
Já tratamos desse versículo analisando a afirmação de que Jesus é o caminho. Hoje queremos focar na sua segunda expressão: eu sou a verdade.
Primeiramente, é preciso perceber que há uma enorme confusão quando se fala sobre a verdade. Em tempos como os atuais, em que quase tudo se tornou alvo de opiniões pessoais, há que se notar que as diferenças de opiniões não abarcam a verdade. Há até um ditado que expressa essa realidade, e que diz que “cada fato apresenta pelo menos três versões: a sua, a minha e a verdadeira”.
O que queremos afirmar é que a verdade pode ser mal entendida, distorcida, prejudicada, mas não contraditada. O que é verdadeiro jamais se confunde com o que é falso e mentiroso. A verdade, mais cedo ou mais tarde, acaba sendo revelada e, assim, revela também o que era mentira.
Quando Jesus afirma que é a verdade, está apontando para aquilo que pode trazer libertação a quem o conhece. Esse é o significado da expressão de Jesus que diz “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo.8,32). Quem conhece a Jesus conhece a verdade e não pode mais aceitar a mentira que escraviza as pessoas. E reconheçamos: o que não faltam, neste mundo, são mentiras agradáveis, algumas que até aceitamos de bom grado, mas que escravizam por afastarem de Deus quem as recebem.
A confusão mais comum que ocorre na compreensão sobre a verdade é pensar que ela pode ser apreendida em sua totalidade, como se fosse algo estático e imutável. Com isso, não estou afirmando que a verdade é relativa ou que muda com constância. Não. Estou apontando para o perigo de pensar que se pode ter domínio sobre ela, sobre o que significa e sobre como ela se revela. Estou criticando o que ficou conhecido como fundamentalismo, que é a pretensão de ter domínio sobre a verdade a ponto de afirmar que quem discorda do que dizemos está, necessariamente, errado.
Ao mesmo tempo, ter essa pretensão fundamentalista é não perceber que se está afirmando que se tem domínio sobre Jesus, já que ele é a verdade. Além de pretensão, seria uma contradição clara com o que afirmam as Escrituras, de que Deus fez de Jesus Senhor e Cristo (At.2,36).
Conhecer a Cristo, aquele que é a verdade, deve produzir em nós a humildade de reconhecer que o nosso conhecimento é limitado, marcado por nossa realidade humana e, principalmente, que Cristo pode se revelar da maneira que lhe aprouver, independente de nossas convicções.
Uma boa forma de avaliar se estamos entendendo que Jesus é a verdade é a forma como lidamos com as fake News. Reproduzir uma mentira que nos agrada revela quão distante se está daquele que é a verdade: Jesus Cristo.
Para pensar: Como você lida com as fake News? Como você lida com opiniões contrárias as suas? Já avaliou em que medida sua visão das coisas pode escravizar as pessoas?