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Meditação – Salmo 147, 10 – 11

O que agrada a Deus não são cavalos fortes nem soldados corajosos, mas, sim, as pessoas que o temem e põem a sua esperança no seu amor. Salmo 147, 10 – 11

 

Uma das grandes preocupações de quem se identifica com a mensagem do Evangelho ensinado por Jesus Cristo é saber o que agrada a Deus. Da mesma maneira que Jesus foi obediente a Deus, quem se propõe a segui-lo precisa buscar essa obediência. Mas, como não poderia deixar de ser, disso surge a pergunta: como saber o que agrada a Deus? Como evitar o que o aborrece?

As respostas a essas perguntas tem sido dadas de maneiras muito diferentes, mas sempre com uma mesma tônica: se você quer saber a vontade de Deus, precisa ler a Bíblia, porque ela é a palavra de Deus. E é essa afirmação que tem dado espaço para interpretações contraditórias e, às vezes, até absurdas. Explico:

A própria Escritura Sagrada afirma que Jesus é a Palavra de Deus que se fez ser humano, e que revelou o que o Pai deseja e como os seus seguidores devem agir. Em outras palavras, se qualquer interpretação de texto bíblico for contraditória com o que Jesus ensinou e viveu, ela está necessariamente errada!

Um exemplo disso são os cânticos que promovem o espírito de guerra, como um que diz que o nosso general é Cristo. Jesus nunca foi general de nada, nunca chamou ninguém para a guerra, e nunca ensinou ou viveu como alguém que desejava impor seus valores e ideias à força. O que ele fez foi pregar o amor e misericórdia de Deus e chamar as pessoas para seguir o seu exemplo.

Entendendo que Jesus é a referência para interpretar as Escrituras, fica mais fácil compreender o texto do Salmo de hoje. Cavalos fortes e soldados corajosos são critérios que não interessam a Deus. São muito valorizados por quem tem interesses a defender, mas não agradam a Deus. Eram importantes nas guerras que aparecem no Antigo Testamento, mas não têm nenhum valor quando vistos a partir de Jesus, a Palavra de Deus que se fez ser humano.

Segundo o salmista, Deus está mais focado no temor das pessoas, que tem a ver com a compreensão de quem nós somos e de quem Deus é. Não se trata de medo, mas de reconhecer a nossa verdadeira dimensão e como ela é diferente da realidade de Deus. Deus está mais focado em quem ou em que nós colocamos a nossa esperança. O salmo diz que devemos colocar a nossa esperança no amor de Deus, em sua misericórdia e em sua benignidade.

E, antes que você possa argumentar que o apóstolo Paulo falou de guerra em suas cartas, lembre-se que para ele a guerra é contra o velho homem, que éramos antes de conhecer a mensagem libertadora do Evangelho. Nunca contra as outras pessoas, por mais diferentes que sejam de nós. Aliás, o próprio Paulo é claro ao dizer que quando perdemos toda a nossa força, então temos a força de Cristo em nós (2Co.12,10).

Nossa atitude deve a mesma do salmista em outro Salmo (20,7), que diz “alguns confiam nos seus carros de guerra, e outros, nos seus cavalos, mas nós confiamos no poder do Senhor, nosso Deus”.

 

Para pensar: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” (2Co.12,9).